Por que as marcas têm personalidade?

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Uma reflexão sobre a relação entre marca e consumidor

Há um certo tempo uma colega de escola me pediu uma ajuda para um trabalho da faculdade.  
O trabalho era pedir para as pessoas imaginarem algumas marcas como se fossem pessoas, e dizer como eram essas pessoas imaginadas.  
Me pareceu surreal e sem sentido na época, mesmo que eu estudasse publicidade e tivesse aulas de criatividade na grade do curso e isso também fosse estranho para muitas pessoas!  
Não passou tanto tempo assim, e cada vez mais eu entendo a importância daquele trabalho proposto no curso da minha colega. O trabalho era sobre o futuro do conceito “marca”.  
Estamos nesse futuro! Apesar de os mais antigos criticarem as tecnologias e dizerem que elas afastam cada vez mais as pessoas, ironicamente, através das tecnologias estão transformando marcas em pessoas e aproximando as marcas das pessoas. 
As marcas hoje em dia têm personalidade e pertencem a um grupo específico da sociedade, o grupo que querem atingir! 
Estudei isso em alguns cursos de Marketing Digital e Marketing de Conteúdo, li isso em livros, mas nunca tinha sentido isso na pele, até que recebi um produto em casa, comprado na internet, e fui correndo colocar no Instagram e contar para a Sallve que meu produtinho chegou e que eu estava muito feliz com isso!  
Quem é a Sallve? Uma marca de cosméticos!  

O Marketing e a personificação das marcas 

A questão é que a personificação das marcas virou uma estratégia, e as marcas bem sucedidas precisam aprender a trabalhar essa personificação com maestria.  
Não apenas as marcas precisam estar presentes digitalmente, elas precisam também gerar conteúdo, interagir com seus clientes e criar uma experiência que surpreenda. 
Isso tudo parece muito fácil, mas estar presente digitalmente significa entender os hábitos de consumo de mídias digitais dos seus consumidores e saber o que postar, quando postar e como postar.  
Gerar conteúdo significa saber quais são as dúvidas e angústias do seu público, o que é relevante para ele e como a sua marca pode ajudá-lo, para que de alguma forma esse público confie no seu conteúdo e aos pouco seja atraído de forma que ele também confie no seu produto ou serviço também. Aposto que o tal do funil de vendas nunca foi explicado de forma tão simples para você! 
Interagir com o seu público significa saber qual é o tom da sua marca com base na personalidade que você criou para ela. Sua marca é um homem ou uma mulher? Sua marca usa uma linguagem mais formal ou informal? Quais gírias fazem parte do dia a dia dela?  
Com estas informações, você também conseguirá imaginar como criar a experiência perfeita para interagir com o consumidor não apenas no meio digital, mas também fisicamente. 
Percebam que não tem como fazer isso sem uma pesquisa muito bem feita, pois para tomar as decisões e criar uma personalidade você precisa fazer muito mais do que saber quem é o seu público! Você precisa entender esse público. 


Tá, mas por que isso funciona? 

Pare para pensar um segundo sobre o momento em que nos encontramos no mundo. (Não generalizando, porque a cultura ocidental não é a cultura do mundo, mas vamos colocar desta forma!)  
Passamos pelo momento da humanização. O ser humano evoluiu, trouxe consigo diversas tecnologias e ao longo do tempo começamos a nos ver cada vez mais “robotizados” sem perceber o dano que esta cultura que criamos causava, tanto para o psicológico dos seres humanos, quanto os danos que estávamos causando no meio ambiente.  
Mas de repente, percebemos isso! E em uma onda muito forte, tentamos trazer de volta o nosso lado “humano”.  
Então a tendência é que as modelos postem fotos nas redes sociais com estrias aparecendo, porque estrias existem e tudo bem!  
Temos artistas, cantores e atores falando abertamente sobre assédio, sobre depressão e síndrome do pânico e mostrando que a vida deles pode não ser tão glamurosa e perfeita quanto se tentava mostrar e que essas coisas podem acontecer com qualquer pessoa, porque é isso que somos... pessoas!  
Joaquin Phoenix descreveu muito bem este momento durante o seu discurso no Oscar 2020, no qual buscamos lutar “pelo que é justo”, e o discurso foi tão forte e verdadeiro que até arrepiou! 
Com tudo isso acontecendo, está mudando também a forma como nos relacionamos com o que consumimos e por consequência, a forma como nos relacionamos com as marcas. 
Apesar de as empresas e organizações de produtos e serviços contarem com alta tecnologia e processos super automatizados, estas empresas são controladas por pessoas, que vendem para pessoas. 
Essas pessoas querem saber: como é o processo de produção, quais as matérias primas utilizadas, se estas matérias primas são de fontes sustentáveis e responsáveis, como elas podem descartar os produtos... Resumindo, as pessoas querem interagir com as marcas.  
A partir do momento em que elas conseguem essa interação e proximidade, elas conseguem transparência e a certeza de que é seguro e realmente benéfico utilizar aquele produto ou serviço.  
A fidelização é uma consequência, caso todo este trabalho seja bem feito! 


Concluindo 

Lembra aquela história que eu contei sobre o produto que eu recebi da Sallve. Pasmem! Depois que eu publiquei minha história no Instagram, em questão de mais o menos uma hora a Sallve me respondeu e pediu para eu contar o que eu achei do produto! 
O produto foi enviado com gostinho de “especial para você” em uma caixa especial, com um cartão com mensagem explicando que o celofane utilizado na embalagem era biodegradável.  
Como trabalho com marketing, já me peguei imaginando todo o processo criativo por trás de todo o cuidado e carinho apresentado naquela pequena caixa de embarque estilizada. 
Imaginei também que se há todo esse cuidado para o envio do produto, o mesmo cuidado e carinho deve estar presente em todo o processo. Eu nem precisei usar o produto para saber que já queria comprar da Sallve novamente! 


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